"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 19 de outubro de 2014

POETA-POEMA, 51: TOMLINSON

The chemin, de Alfred Sisley.
| Expor um poeta, defini-lo com um só poema.
Despertar com ambos alguma consciência. |

AQUEDUTO

Que ele se erga
Um hóspede de pedra
Numa terra inóspita,
A sua fala, a fala da fonte,
Voz da nascente descerrada,
De onde transporta
Seu próprio sustento. A sua graça
Tem de igualar
A força da corrente,
E que o tom
De flauta das águas
Inunde de suaves avisos a pedra da conduta.

CHARLES TOMLINSON (1927). Poeta inglês, dos mais admirados da atualidade. Seu estilo, sóbrio e elegante, permite que ele passeie por qualquer assunto, como o do poema acima, traduzido por Gualter Cunha, em Poemas (Cotovia, 1992). Não raro sua poesia reflete sobre os meandros do fazer poético, e é então que seu pensamento transborda de originalidade.

Nenhum comentário: