"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sábado, 4 de outubro de 2014

POETA-POEMA, 36: CARLOS BARBOSA

Natureza morta, de Marie Laurencin (1883-1956).
| Expor um poeta, defini-lo com um só poema.
Despertar com ambos alguma consciência. |

SOBRE TUDO E NADA

o livro sobre nada repousa sobre a cama
feito um pássaro de asas abertas
paradoxalmente preso ao lençol

espera pelo olhar malino
da leitora que o devasse

o livro sobre nada é tudo
que resta daquela noite

CARLOS BARBOSA (1958). Poeta e prosador brasileiro, nascido em Oliveira dos Brejinhos, BA, autor do romance A dama do velho Chico (Bom Texto, 2002). O belo poema acima, com suas sedutoras assonâncias e a ocultar seu fato mais importante, consta de Matalotagem e outros poemas da viagem (Funceb, 2006).

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