"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

POETA-POEMA, 35: GOETHE

Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901).
| Expor um poeta, defini-lo com um só poema.
Despertar com ambos alguma consciência. |

O MAIS PRODIGIOSO LIVRO DOS LIVROS

O mais prodigioso livro dos livros
É o livro do amor.
Lendo-o com atenção fui encontrando,
De alegria, poucas páginas,
Cadernos repletos de dor;
Um só parágrafo marca a cisão.
Do reencontro?! Um diminuto capítulo,
Fragmentos... Volumes inteiros de aflição,
Alongados, desmesurados,
Infindos de tanta explicação.
Ai! Nisami o final é que vale:
A trilha achaste também.
Quem dissolve o que é insolúvel?
Os amantes que se reveem.

JOHANN WOLFGANG VON GOETHE (1749-1832). Mais do que poeta e prosador, Goethe era toda uma literatura. Raros são os escritores que atingem o seu patamar. Sua influência chega aos quatro cantos do mundo. Na poesia, no romance, no ensaio, ele foi imenso em todos os gêneros. O extraordinário poema acima foi recolhido de Amor, paixão e ironia (Civilização Brasileira, 1995), selecionado e traduzido por Flávio Meurer.

Nenhum comentário: