"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 7 de setembro de 2014

POETA-POEMA, 9: JOAN BROSSA

Les coccinelles, de Juan Miró.
| Expor um poeta, defini-lo com um só poema.
Despertar com ambos alguma consciência. |

O TEMPO
  
Este verso é o presente. 

O verso que você leu é o passado ―
já envelheceu depois da leitura.
O que resta do poema é o futuro,
que existe fora de sua
percepção.

As palavras
estão aqui, se você as leu
ou não. E todo o poder terrestre
não pode mudar isso.
  
JOAN BROSSA (1919-1998). Poeta catalão. Sua poesia é das mais excitantes, complexas e variadas, abrangendo o soneto, a ode, o poema circunstancial, o poema visual, o poema-objeto, o poema-imagem. Poesia vista (Ateliê-Amauta, 2005) o divulgou ao Brasil, em tradução de Vanderley Mendonça.

Um comentário:

Sebo Labirinto disse...

Mayrant, obrigada por me apresentar a tantos poetas e poemas desconhecidos por mim. Tem sido um deleite acessar o seu blogue e encontrar versos como estes, de Joan Brossa, atemporais. Um abraço.