Homem velho, de Van Gogh. |
Despertar com ambos alguma consciência. |
RETRATO
Eu te vejo neste retrato
como te via aos dezessete anos.
Tinhas trinta e nove, luminosamente.
Como passaste, pai! Como passamos!
Há tanto tempo já que tu partiste.
Todo um mundo se foi ─ e vai, e vai...
Olho o teu rosto na moldura e penso
que tenho hoje idade de ser teu pai.
RUY ESPINHEIRA FILHO (1942). Poeta e prosador brasileiro. Lírico da transitoriedade e da nostalgia, estreou em 1974, com o volume Heléboro. Desde então foram mais de quinze livros de poesia. Sua obra constitui uma das mais importantes do lirismo brasileiro atual. Retrato integra o conjunto de Elegia de agosto e outros poemas (Bertrand, 2005).
Um comentário:
Meu mestre na poesia!
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