"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

POETA-POEMA, 21: ALBORNOZ NEVES

A sensualidade da arte de Eric Zener.
| Expor um poeta, defini-lo com um só poema.
Despertar com ambos alguma consciência. |

O ATO I

Tens o dom de ser tocada e permanecer sonho
e tua nudez parece o último da espécie
à espera de um igual
Absorta na própria ausência
sentes o espaço
e o espaço te continua
Vejo pela primeira vez a cada instante
e o esquecer que vejo me perpetua
semelhante

THOMAZ ALBORNOZ NEVES (1963). Poeta brasileiro, nascido em Sant'Ana do Livramento, RS. Sua poesia é intensa e econômica, de uma exatidão quase matemática, e sempre nova, a cada leitura. O poema acima está no volume Sol sem imagem (Topbooks, 1996), um de seus melhores livros.

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