Despertar com ambos alguma consciência. |
FIM
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos berros e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro...
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (1890-1916). Poeta e prosador português. Melancólico, desvairado, um produto típico da Belle Époque, só em raros momentos alcança o humor moderno do poema acima. Ao suicidar-se, deixou imatura uma obra que prometia altos voos. Sua poesia está reunida no volume de bolso Obra poética (Europa-América, s. d.), organizado por António Quadros.
FIM
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos berros e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro...
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (1890-1916). Poeta e prosador português. Melancólico, desvairado, um produto típico da Belle Époque, só em raros momentos alcança o humor moderno do poema acima. Ao suicidar-se, deixou imatura uma obra que prometia altos voos. Sua poesia está reunida no volume de bolso Obra poética (Europa-América, s. d.), organizado por António Quadros.
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