Despertar com ambos alguma consciência. |
[X: 45]
Se lembrares, homem, como foste por teu pai gerado,
esquecerás as ideias de grandeza.
Platão, o sonhador, encheu tua cabeça de empáfia
ao te chamar de imortal, planta celeste.
De barro és feito; por que a presunção? Só fala assim
quem se compraz em fingimentos vistosos.
Mas, se buscas a verdade, recorda que vieste de um
ato de luxúria e de uma gota suja.
PALADAS DE ALEXANDRIA. (316-fins do séc. IV d. C.) Poeta grego, traduzido aqui por outro grande poeta, José Paulo Paes (1926-1998). Este epigrama, um dos mais implacáveis do poeta e que bem expressa sua visão de mundo, ao mesmo tempo grega e universal, encontra-se no volume Epigramas (Nova Alexandria, 1993).
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