"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 24 de junho de 2014

DIÁRIO DA COPA, 21: BRAVA GRÉCIA

O pênalti que classificou a Grécia (MSN).
Os dois jogos que definiram hoje os classificados do grupo C, apesar da supremacia da Colômbia, que goleou o Japão, foram emocionantes, como quase todos os jogos desta Copa.
Em Cuiabá, mais uma vez ficou comprovado que é mais fácil reconstruir Hiroxima que o Japão acertar o gol. O resultado de 4x1 a favor da Colômbia comprovou também que o país sul-americano pratica um futebol de técnica e velocidade, como a Holanda e a França, e que pode, apesar da simpatia da arbitragem pelo Uruguai, aspirar a voos maiores nesta Copa. Seu camisa dez, James, é realmente um ótimo jogador e candidato efetivo a integrar a seleção da Copa. Distribui excelentes passes, faz gols (e fez mais um, bem estético) e não é fominha, como certos jogadores, que jogam para si mesmos, de olho em sua história pessoal. Merecidamente, e com sobras, a Colômbia alcançou o primeiro lugar, num grupo que não esteve à altura do seu poderio.
No outro jogo, em Fortaleza, o empate favorecia à Costa do Marfim, mas os deuses deram uma ajudinha à Grécia, que tirou forças do nada e conseguiu, já nos descontos, fazer 2x1. Foi um prêmio para um país que, mesmo tendo perdido na estreia por 3x0 para a Colômbia, não se entregou e foi melhorando, jogo a jogo. E tem histórico de superação, quando, em 2004, foi a grande zebra e ganhou a Eurocopa. Vai para o confronto com a Costa Rica como franco-atirador, e então tudo pode acontecer. O certo é que teremos nas quartas de final uma surpresa: ou Costa Rica ou Grécia, que no mínimo estarão entre as oito melhores seleções do mundo. O que, convenhamos, não é pouco.

2 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Oi, concordo com o seu texto em relação à Grécia, mas, seria bom ver, rever, ver novamente o lance do pênalti que lhes deu a vaga: o grego, para engatilhar o chute, jogou sua perna para trás e ela bateu na perna do marfinense (não o contrário); em movimento reverso, bateu em sua outra perna, razão para ter caído. Ou seja, o marfinense, em momento algum, tocou no adversário: foi ele o tocado. Infelizmente, os juízes estão cada vez menos preparados para a velocidade dos jogos de agora. E os bandeirinhas, então... Abraços. Pedro.

Carlos Barbosa disse...

O marfinense não estava parado, chegou por trás, na tentativa óbvia de impedir o chute do grego. O que conseguiu: meteu a perna onde não devia, foi imprudente ou tentou ser esperto. Pênalti inquestionável: o grego foi impedido de chutar a gol de dentro da área. No mais, os deuses do futebol aplicaram mais um castigo a quem não se dedica a vencer, a quem busca o empate (sou vascaíno, sei do que falo). A jogada anterior foi um contra-ataque marfinense, de 4 contra 2, desperdiçado dentro da área grega por excesso de preguiça, de lassidão, de "ah, deixa pra lá, a partida já tá acabando, o empate tá bom demais", sifu. A Costa Rica que não use salto alto, nem menospreze os guerreiros gregos, mesmo com seu passado maia. E nós, bem, nós vamos nos escaldar no calor mineiro, onde o Chile já está instalado faz duas semanas. Vai ser duro pra torcida e pro time que não conseguiu vencer o México. E Luisito Suarez deve receber uma punição merecida para o seu vício canino. Abr (carlos barbosa)