"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O FLUXO

O sol está se pondo, mas também se colocando
Para uma nova manhã.
Está nascendo e morrendo, se dando e tirando.

Este é o sentido
O rolar do tempo e de tudo.
Mude isso
E não haverá nem mesmo o próximo segundo.

O fluxo. O contínuo e imutável fluxo.

Mesmo as surpresas não são o que parecem.
São somente tese. Que segue.

E não há antítese. Não.
Dizer não é ter dito sim.
Síntese.

Poema incluso em Os prazeres e os crimes, inédito.
Foto: Pacatatu.

5 comentários:

Emmanuel Mirdad disse...

Isso aqui dói muito:

"E não há antítese. Não.
Dizer não é ter dito sim.
Síntese."

Hitch disse...

A dor é percorrida por todos os pólos, um fluxo atemporal de divergências. Nunca houve unidade. Nunca. Aquele abraço.

colorado disse...

É um poema bem ginecológico, menstrual. O fluxo. O contínuo e imutável fluxo. Se interromper é vida nova (há fluxo nisso), ou é pausa.

Euzinha! disse...

As surpresas são apenas novidades para nós simples mortais, mas para a natureza, nada é novo, a natureza é maior que todos nós, por isso o fluxo segue enquanto ficamos aqui tentando mudar e entender, entender e mudar.

Li o livro e deixei um comentário no meu blog, aparece lá.

Beijo!

gilson figueiredo disse...

é poesia de fluxo hegeliano...