"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A BEM-AMADA

O romance A bem-amada, de Thomas Hardy, metaforicamente evoca as estações da vida. Filosoficamente, lança uma teoria: amamos o amor; a Bem-Amada é uma entidade que aparece num corpo e num rosto, fica por um tempo a nos seduzir e enredar, vai embora de repente, mas um dia retorna, sob os mesmos encantos da primeira ou última aparição. Amamos, portanto, a Bem-Amada, essência sempre presente, recorrente, “substância intangível” em espírito, sonho, frenesi, conceito, aroma e resumida, metonimicamente, a “uma síntese do sexo, uma luz do olhar, um separar de lábios”. Aquela presença que “nunca estava em dois lugares ao mesmo tempo; e até aquele momento nunca permanecera por muito tempo num só lugar”. Lugar leia-se por “ser”, “pessoa”, “mulher”. Estilística e tematicamente concebido no e para o século XIX, A bem-amada tem – sem o favor de nenhum gosto de época ou moda de passagem – o requinte da eternidade.

Capa da edição brasileira (São Paulo: Códex, 2003), com tradução de Luís Bueno e Patrícia Cardoso.

3 comentários:

Hitch disse...

Caramba, Mayrant, cada indicação sua é missa(rs). Aquele abraço.

Emmanuel Mirdad disse...

Grato pela passagem! É algo que irei aprofundar mais um pouco. Abs!

Euzinha! disse...

olá, deixei um selo pra você no meu blog. passa pelo meu cantinho pra dar uma olhada.
espero que tenha curtido o carnaval na sua melhor escolha.
beijo.