"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

SÁBADO DE GLÓRIA

Victor Vhil foi passear na praia.
A caminho da Barra, na altura da Graça, foi abordado por um menino, que lhe perguntou as horas. Mas Victor Vhil, distraído, pensou que o menino lhe pedia dinheiro e respondeu que não tinha, no momento, nenhum trocado.
A mãe, que acompanhava o filho à distância, se aborreceu e resmungou uma ofensa qualquer, à qual Victor Vhil retrucou assim:
“Vá à merda!”
Pouco depois e já quase na Barra, ele foi abordado por uma mulher – negra – com uma criança no colo. Queria dinheiro.
“Não tenho”, ele disse, sem paciência.
“Obrigado. E vá com Deus!”, retrucou a mulher.
“Prefiro ir à merda.”


Miniconto incluso em Nem mesmo os passarinhos tristes, inédito.
Foto: Farol de Barra, Salvador, BA.

5 comentários:

Hitch disse...

Da merda tatuada. Uma reverência (despida de qualquer merda messiânica)a Victor. Aquele abraço.

Silvestre Gavinha disse...

Definitivamente gosto dele.
Marie

Palatus disse...

Prefiro e a Deus, mas não por agora...quero mais alguns dias aqui com ele em terra firme!

Muito bom o contito!

Georgio Rios disse...

E estamos todos diante de certo espelho, quando lemos as peripércias de Victor!!!

Emmanuel Mirdad disse...

Concordo plenamente com o camarada acima.