"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sábado, 31 de janeiro de 2009

BALADA DA BLACK DAHLIA


Neste momento, no Rio de Janeiro, há uma bala perdida...
Não pior do que em Virgínia, nos Estados Unidos.
Quando a Dália Negra foi achada sereia num terreno baldio
Não foi a primeira nem a última.
Outras rodam e rondam como mariposas
Até que a luz de uma lâmina as remova.
E somente serão lembradas se forem bonitas
Ou se, sempre de preto, motivarem apelidos: Dália Negra...
Vinte e dois anos, 1,60 de altura, cabelos pretos
E todo um mundo surpreso com seu tronco partido ao meio.
O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo.
– Minha vida por uma Dália Negra inteira
Por uma Dália Negra garçonete que ia e vinha
E que buscava em cada cara sua primeira carícia...


De Os prazeres e os crimes. Foto: cena do filme Dália Negra, baseado no romance de James Ellroy, e que recria o trágico destino de Elizabeth Short (1924-1947), a Dália Negra.

3 comentários:

Emmanuel Mirdad disse...

Estou honrado! Guardarei o comentário como um discípulo que enraiza o sorriso contido e satisfeito de um mestre admirável!

Agora, q passagem é essa? Sensacional:

"O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo"

Silvestre Gavinha disse...

Muito bom.
Como sempre.
Mayrant, entrei numa confraria com um desafio. Postei meu primeiro livro de 2009 no meu blog.
O livro é teu.
Espero que não te importes e que não te desagrade o que escrevi.
Grande abraço
Marie

Hitch disse...

Como Mirdad, já enraizara tempos atrás esse sorriso contido. Poderia morrer até amanhã. No mais, versos cortantes. Bela ode. A Dália, livro e filme, seguramente serão requisitados. Aquele abraço.