"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 5 de maio de 2013

MEUS "AMIGOS" PATRULHEIROS

Eu mesmo, Maria Cecília e "Cidade singular".
Desde que começou, há mais ou menos três semanas, a divulgação de lançamento de Cidade singular (Kalango, 2013) e Os encantos do sol (Escrituras, 2013), recebi quase vinte comentários ofensivos, ou através do Não leia! ou diretamente na minha caixa de e-mail. As mensagens são anônimas ou assinadas com nomes fictícios ou outros que lembram pessoas de minhas relações. Em geral, expressam ódio por minha pessoa ou por meus livros, que são taxados de "ruins", "sem valor", "frágeis", de "estilo magro" e que "não vão além da futilidade literária do momento", mas, de quando em quando, alguém sai com afirmações assim: "estou preocupado com o fato de que esses seus dois novos livros não serão melhores que os anteriores, que já eram lastimáveis". Ou: "suas opiniões e seus gostos literários são equivocados". Ora, se sou péssimo escritor e falo só bobagens, não entendo por que essas pessoas se ocupam tanto comigo e tanto se esforçam por me diminuir e execrar. A um escritor sem talento e que não diz nada de relevante deve-se oferecer silêncio. Não acredito que estas pessoas se deem ao trabalho de ler o que eu escrevo. Simplesmente opinam no vazio, para me atormentar, e num tom que faz parecer que são notáveis conhecedores de literatura. Mas não conseguem. A cada vez que recebo uma mensagem assim, mesmo que não a leia, pois sei o que dizem, sinto-me mais forte, recompensado, motivado a escrever ainda mais e a seguir em frente, porque, ao mesmo tempo que estou "cultivando meu terreno", sei que estou fustigando o suposto inimigo, que é Legião. De resto, este é o lado nefasto da internet. No passado, se alguém quisesse ofender um escritor, ou o fazia pessoal e publicamente, na tarde de autógrafos de um de seus livros; ou lhe mandava uma carta anônima, pela qual, pouco ou muito, teria que pagar um valor qualquer, referente à postagem; ou tentava publicar uma crítica nos jornais, que só raramente aceitavam textos anônimos, sob pena de sofrerem um processo. Com a internet, tudo é livre, de graça, e as pessoas dizem o que querem, porque se escondem por trás de uma máscara virtual de patrulheiros da beleza, da justiça e da perfeição. Continuem me enviando esses comentários, ao contrário do que vocês pensam, eles me fazem muito bem. E, sem que o saibam, vocês estão trabalhando para mim.

8 comentários:

Lidi disse...

Ótima foto, Mayrant. Gostaria de ter ido ao lançamento. E a pequena Maria Cecília está a cada dia mais linda!

Quanto a esta Legião, só nos resta ignorar. Coisa que eu aconselho, mas não consigo praticar muito bem, morro de raiva desses desocupados. Mas é isso, continue escrevendo, publicando, incomodando. Nós, seus amigos e leitores, agradecemos.

Um abraço.

Carlos Barbosa disse...

Estarei lá na Cultura, na quarta. Parabéns pela obra que vem construindo com talento e alto grau de qualidade literária. Cães ladram desde sempre, sem perceber a publicidade que dão a quem passa indiferente a seus rosnados. Abraços, (carlos barbosa)

Georgio Rios disse...

Meu caro Mayrant, triplamente parabéns, pelos dois livros, e pelo texto. Conheço teus textos porque os leio, e gosto da literatura que você escreve. Para mim, como seu leitor, vale muito a pena, poder ler cada livro, cada texto seu. Aos detratores de plantão deixo uma máxima que aqui pelas bandas do Sertão funciona sempre: “Enquanto os cães ladram a carruagem passa”.

Evanilton Gonçalves disse...

Escritor Mayrant, é isso que o senhor é: um escritor. E na minha opinião, um excelente escritor. Por isso, talvez, a inveja ronde os seus ares. Enquanto sua produção segue em alta, em vários sentidos. Os patrulheiros, te leem, ficam com mais raiva por não te alcançar ou superar-lhes e vivem a morder os cotuvelos enquanto escrevem coisas chulas. Duas opções: ignore-os ou tire sarro da cara deles, pois, com certeza, merecem! Abraços, meu caro. ;-)

Mayrant Gallo disse...

Obrigado, Lidi, Carlos, Georgio e Nil! As ofensas continuam chegando, de domingo para cá foram mais oito, no blogue e por e-mail. Eles não param de pensar em mim. Estou me divertindo.

Marcus Borgón disse...

Isso só serve para você identificar o tamanho da sua importância, pois ninguém se dedicaria a fustigar aquele que julga tão inexpressivo.
Vá em frente porque despeito e covardia são os sentimentos mais desprezíveis do mundo.
Abraço, Mayrant!

Sub

Mayrant Gallo disse...

Grato, Sub. Vamos estar hoje no Líder, a partir das 18 horas. Apareça. Abraço!

Deni disse...

Caro amigo, vamos falar sobre literatura (amarga?! doce?! feia?! bela?! rica?! pobre?! alta? baixa?!). Conversemos sobre as francas amizades; sobre vidas com significado (sim, viver é também uma questão de semântica!). Meus alunos adoraram a sua oficina de Leitura de Contos! Alguns querem saber onde encontram o Victor Vhil. E aqui está uma questão digna de resposta: um leitor ávido,afinal, precisa ser alimentado...
Meu abraço sempre fraterno,
Denise