Dashiell Hammett (1894-1961) |
Autores que se afastam da mídia e não concedem mais entrevistas, nem aparecem em público, não chegam a ser raros: Rubem Fonseca e Dalton Trevisan, no Brasil, e J. D. Salinger, nos EUA, são três dos mais célebres. Entre os que deixaram de escrever, contam-se o poeta francês Arthur Rimbaud e o romancista norte-americano Dashiell Hammett, que justificou: "Parei de escrever porque descobri que estava me repetindo. Quando você descobre que tem um estilo, é o começo do fim". Entre os poucos livros que Hammett escreveu e que lhe granjearam fama está O falcão maltês (1930), que elevou o gênero policial à categoria de grande literatura e cujo maior mérito não está no assunto, mas na forma e na linguagem. A abertura deste romance icônico, com seu motivo em "V", é uma das obras-primas da literatura do século XX. Perseguido pelo senador Joseph McCarthy, Hammett se recusou a assumir suas supostas atividades comunistas e a delatar companheiros. Acusado formalmente pela Comissão de Atividades Antiamericanas, foi encarcerado por seis meses num presídio federal, onde, por segunda punição, lavou privadas. Era, no entanto, um herói militar, tendo servido tanto na Primeira Guerra Mundial quanto na Segunda, da qual voltou com a saúde comprometida. Publicou cinco romances, entre os quais Safra vermelha (1929), A chave de vidro (1931) e O homem magro (1934), também traduzido no Brasil como A ceia dos acusados e com o qual encerrou a carreira. Continental Op é o seu mais festejado volume de contos. Curiosidade: o protagonista da novela Mulher no escuro (1933), um sentimental incurável que no fim se apaixona pela mocinha, chama-se Brazil.
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