Edição francesa, pela Folio, 1999. |
Dora Bruder, de Patrick Modiano (Rio de Janeiro: Rocco, 1998), é
sem sombra de dúvida uma pequena obra-prima. Mistura especulação ficcional com
realidade histórica, para remontar os passos do desaparecimento de Dora
Bruder, uma garota franco-judia de 16 anos que, em dezembro de 1941, foge de um
colégio interno, administrado por católicos, e, depois de perambular pelas ruas de Paris, é presa e vai parar num campo de concentração nazista. O autor
sugere que sua decisão talvez tenha sido motivada pelo entrecho do filme Premier
rendez-vous, cujo assunto é exatamente a fuga de uma moça de sua idade,
fato que não surpreende a ninguém, pois, naquelas circunstâncias, "Aos dezesseis anos, o mundo todo estava contra
ela, sem que ela soubesse por quê". Um livro singular sobre um dos mais terríveis
episódios da história da humanidade, o holocausto, e narrado com o estilo único
de seu autor, um dos mais festejados e, ao mesmo tempo, subestimados autores
franceses da atualidade.
Publicado originalmente na coluna Crítica Rasteira, da Verbo 21.
Publicado originalmente na coluna Crítica Rasteira, da Verbo 21.
Um comentário:
Após ler essa apresentação, preciso achar esse livro para comprar. Você realmente nos incita (no bom sentido, claro!)quando faz esse tipo de crítica/apresentação e isso é constante em suas leituras, haja vista toda a sua produção literária. Interessante é nos mostrar através dos seus comentários o quão belo é o conteúdo a ser degustado. Obrigada!! Um abraço!!
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