"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LEITURA DE BOLSO, 1: O ESTRANGEIRO

Uma excelente opção de bolso é a recém-lançada edição de O estrangeiro, de Albert Camus, pela coleção Best Bolso, da editora Record. Publicado em 1942, na França, este é o mais célebre romance do escritor franco-argelino e um dos dez melhores romances escritos no Ocidente na primeira metade do século XX, ombreando-se, apesar das poucas mais de 100 páginas, com obras como Ulisses, O som e a fúria, Em busca do tempo perdido, O processo, O castelo, Cem anos de solidão, Grande sertão: veredas, O mestre e Margarida, A náusea, O deserto dos tártaros, Pedro Páramo, Passeio ao farol, A colmeia e alguns poucos outros. O curioso é que, não obstante o tom "existencialista" e sua prosa vazada de poesia, com descrições visuais e sinestésicas, este é um relato que se lê com o mesmo interesse e fervor com que se mergulha num romance policial. Aliás, em certo sentido, O estrangeiro é um romance policial. Camus era um admirador do gênero, e reza a lenda de que ele se inspirou a escrevê-lo depois da leitura de O destino bate à sua porta, de James M. Cain, sem dúvida um clássico que não perde vigor, mesmo depois de mais de 70 anos de sua publicação. Com O estrangeiro não é diferente, basta abrir o livro e se deixar envolver por suas palavras, de sonho e rebeldia: "Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: 'Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames'. Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem". Essa dúvida inicial é somente o princípio de uma dúvida maior, que vai fazer do protagonista um joguete do destino. Aproveite o verão que se aproxima e leve para ler na praia. Se o mar carregar seu livro, o prejuízo não será grande e você poderá comprar outro: só R$12,90.

3 comentários:

Anônimo disse...

Além de O estrangeiro, O mito de Sísifo encontra-se generosamente disponível no mesmo formato e no mesmo preço. Ambos obrigatórios, ambos no bolso. Aquele abraço.

Bípede Falante disse...

bah, que bom o preço mesmo!
bj

Lidi disse...

Já comprei o meu, Mayrant. Só não sabia do que o meu amigo Anônimo escreveu acima sobre "O mito de Sísifo". Vou comprar também. Tenho que aproveitar. Abraço.