MILLÔR FERNANDES, em A viúva imortal (L&PM, 2009). Nesta comédia, baseada numa ideia de Petrônio, uma viúva faz jejum até a morte, por amor, para ir "viver" com o marido que morreu. Em nossa época, de uniões efêmeras e divórcios por minuto, isso é pura vanguarda. Como não se drogar nem ver televisão.
"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry
sexta-feira, 5 de março de 2010
VANGUARDAS
"Potêncius não era um homem. Era um congresso de fertilidade. Jamais uma pessoa foi tão símbolo da masculeza, da masculinidade, da macheza, da virilidade. Fidélia não sabia, mas se soubesse não lhe importaria: o coronel Potêncius, nas lutas, não arriscava a pele. Os grandes sensuais preferem guardar sua energia para as alcovas. Têm mais por que viver. Só os impotentes se realizam nas batalhas, nas grandezas políticas. Potêncius, se pudesse, jamais sairia do leito, tal o prazer que encontrava nas variações sensíveis desse jogo informal homem-mulher. Era o que hoje chamamos, vulgarmente, um atleta Probel, desses que compram suas camas em casa de esporte."
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2 comentários:
Caro amigo... pois eu não sabia ser eu membro de qualquer vanguarda, apenas por não beber (me drogar) e não ver tv. Me surpreendes com isso. Já fiz muito dessas duas coisas, mas hoje acredito em ser saudável. E se tem uma coisa que é muito danosa à saúde é aceitar que te alterem a percepção da realidade. Drogas e Tv fazem isso instantâneamente. EU tenho um amigo que sequer usa óculos escuros, pois estes lhe alteram a percepção da luz e das cores. Este é um pouco radical para o meu gosto.
Este trabalho é puro primor!
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