São Paulo: Octavo, 2010. |
A tendência contemporânea de se ouvir o autor falar, mais do que ler sua obra, que fica à margem das discussões e das ideias, apenas como um pretexto, já havia sido prevista por Octave Uzanne (1851-1931), escritor francês, em sua obra O fim dos livros:
"Ao se referirem a um autor de sucesso, as senhoras não mais dirão: 'Eu gosto tanto de sua escrita!' Elas suspirarão trêmulas: 'Oh! Este falante tem uma voz que penetra. Que charme, que emoção; suas notas baixas são adoráveis; seus gritos de amor transpassam. Ele nos parte de emoção após a audição do seu trabalho. É um sequestrador de ouvidos incomparável'".
Octave Uzanne ainda previu: "A arte será então uma aristocracia fechada; a produção será rara, mística, devota e altamente pessoal. Esta arte talvez compreenderá de dez a doze apóstolos por geração e, quem sabe, uma centena a mais de fervorosos discípulos".
LAUS UZANNE!
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