"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LIVROS QUE FEREM

"Acho que deveríamos ler apenas os livros que nos ferem e apunhalam... Precisamos dos livros que nos afetam como um desastre, que nos façam sentir sorumbáticos, como a morte de alguém que amávamos mais que a nós mesmos, como ser exilado para o meio de uma floresta, longe de todos, como um suicídio. Um livro pode derreter o mar congelado que há dentro de nós."

FRANZ KAFKA (1883-1924). Escritor tcheco de expressão alemã. Autor de livros definitivos, como A metamorfose, O castelo, O processo e O médico rural.

Claro que Kafka não leu Dom Casmurro, mas ele o teria aprovado como um livro que fere...

8 comentários:

Bípede Falante disse...

Que belo post! Também sou louca por livros que mechem nas minhas feridas e me despertam remorsos.

Bípede Falante disse...

Mayrant, vou levar esse post lá para o meu blog, tá?

Lidi disse...

Eu sou suspeita para falar, você bem sabe, amo Machado de Assis. Sem dúvida, Dom Casmurro é um livro que fere. Sim, Kafka o aprovaria. Abraço.

aeronauta disse...

Adoro esse fragmento kafkiano. Com certeza Dom Casmurro estaria na lista de Kafka.

Hitch disse...

Como sabemos, Kafka também apreciava o cinema. Enumere aí Acossado, Brinquedo Proibido, A Dama de Shangai, Amor à Flor da Pele, Todas as mulheres do mundo e outros filmes que sim, ferem muito. Aquele abraço.

Georgio Rios disse...

O Kafka, sem dúvidas teria aprovado.A literatura que fere, abre feridas e caminhos, nem sempre com rota certa.

Gerana Damulakis disse...

Mayrant: tomei a liberdade de levar parte (quase toda) de seu parecer sobre o romance Fugir, de Jean-Philippe Toussaint, por conta do seu 2º lugar no Goncourt. Coloquei os devidos créditos, claro. E agradeço.

Bárbara disse...

Concordo.
Gosto dos livros dilacerantes.
Abraço, Mayrant!