Aos vinte e cinco anos, Wei Hui foi considerada uma revelação
literária em seu país e, quase imediatamente, no mundo. Pouco depois, a China a
sentenciou “decadente, devassa e escrava da cultura estrangeira”, queimando em
praça pública 40 mil exemplares do seu livro Xangai Baby, o que só fez aumentar o interesse por sua obra. Com o
propósito de se defender, mas não se justificar, a autora afirmou que o
conteúdo de seu romance é fruto de sua experiência de vida: família rígida,
inútil treinamento militar na faculdade, rebeldia e sexo. “Foi sobre isso que
escrevi”, um relato semi-autobiográfico por excelência. Mas esqueça que ouviu
ou leu sobre tais peripécias e, impelido(a) por esta linda capa, cheia de
sugestões, mergulhe na obra, para enfim julgá-la e à autora. Assim como esta ousada
fotografia revela e oculta, espicaçando a imaginação, toda e qualquer opinião
sobre uma obra prescinde do que é indecoroso e destaca o que é conveniente ― ou o inverso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário