No teatro de Rodrigues encontraremos muitas personagens que antecedem, também, a Revolução Sexual da década de 60, preconizando uma mulher mais livre, mesmo que ficcionalmente, do cerceamento social que só as “libertava” em um espaço fechado e velado por todos. Como sabemos, anterior a esta década, foram buscados os direitos igualitários de voto, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a proposição de uma maior liberdade sexual com o surgimento da pílula anticoncepcional (BRAGA, 2005), a qual realizaria o que Freud já havia descoberto: “O prazer como a força vital do sexo” (FREUD apud SARAIVA, 1960, p. 58).
Amor, sexo, erotismo e sensualidade foram os temas mais visíveis da década de 60, classificada pelos americanos de permissive society. Todas as permissividades desse momento em relação às representações acerca da sexualidade fizeram com que a sociedade acreditasse que o passado era muito mais decente do que o presente. ”Nunca um assunto foi tão abundantemente tratado e retratado“ (SARAIVA, 1960, p. 57). Todavia, Nelson já tratava desses temas muito antes da década de 60, desde 1941, para ser mais clara, quando escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado.
Para continuar lendo o texto de SOLANGE SANTOS SANTANA, acesse: A presença de Glorinha. A autora é graduada em Letras pela UEFS e desenvolve pesquisa sobre os diálogos entre Gil Vicente e Nelson Rodrigues.
Pintura: Retrato de Madame Allan Bott, de Tamara de Lempicka (1898-1980), pintora polonesa.
Um comentário:
Mayrant, fiquei muito feliz em ver o texto da minha colega de turma e amiga Sol aqui no Não Leia! Parabéns para ela e para você, que é super atencioso com os seus ex-alunos. Que sorte a nossa em tê-lo como, além de eterno mestre, um amigo. Abraço.
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