Presépio e biblioteca. |
Natal.
O sino longe toca fino.
Não tem neves, não tem gelos.
Natal.
Já nasceu o deus menino.
As beatas foram ver,
encontraram o coitadinho
(Natal)
mais o boi mais o burrinho
e lá em cima
a estrelinha alumiando.
Natal.
As beatas ajoelharam
e adoraram o deus nuzinho
mas as filhas das beatas
e os namorados das filhas,
mas as filhas das beatas
foram dançar black-bottom
nos clubes sem presépio.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902-1987). Em Alguma poesia (1930).
Um comentário:
Olha aí o presépio de Déia. Lindo. Belo também (e irônico) é o poema do grande Drummond. Um ótimo Natal, meu amigo e sócio. Muita paz, saúde e vida para você, Déia, Dona Bel, e todos os seus. Um abraço.
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