"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

LEITURAS, 2: TONHO FRANÇA

A pequena e audaciosa editora Multifoco não se restringe à prosa, muito menos ao miniconto, gênero em que já publicou, entre outros, Wilson Gorj e Carlos Barbosa. Através da coleção FuturArte Poesias trouxe a lume ótimos poetas, como o paulista TONHO FRANÇA, autor de O bebedor de auroras (Rio de Janeiro: Multifoco, 2009). O poeta, que afirma "escrevo não para agradar ou convencer, escrevo o que minha alma grita e meu coração extravasa", tem poemas assim:

MUROS

A toda hora
A todo momento
Estou fora ou dentro?


URBE-DOIDA

toda bala é assassina
se (en)contra uma vida
não existe este papo
de "bala-perdida"


TRISTE

Amanheceu a primavera
E tudo se fez colorido e terno
Mas no olhar da moça
Ainda era inverno


FLORES...

As flores-de-maio, círio-de-nossa-senhora
Brincaram como tempo, f(l)ora de hora
Vermelhas como os versos que ora empunho
Tristes e perfumadas, como as tardes de junho.

4 comentários:

Carlos Barbosa disse...

Mayrant, fiquei contente mesmo por sua leitura do meu livro, a partir do miniconto de abertura, postado abaixo. Que capa, essa do "bebedor de auroras"! E uma bela mostra poética. Vamos em frente. Abr (carlos)

Bípede Falante disse...

Gostei muito. Se estou fora ou dentro é uma pergunta que eu gostaria de ter a resposta.
beijo

Georgio Rios disse...

Convite a beber, também destas auroras. Triste, um poema que me toca.

nydia bonetti disse...

Lindos os poemas! Vou procurar mais do poeta. Abraços!