"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

domingo, 5 de setembro de 2010

LINDAS CAPAS, 2

O amor de um professor por sua aluna, e dela por ele. O sentimento, portanto, é recíproco, mas as convenções da época e o temperamento do professor, aliado à sua consciência crítica e ao seu respeito pela profissão, não permitem que a relação se concretize. E esta capa, da edição comemorativa aos cem anos de nascimento de Cyro dos Anjos (1906-1994), expressa tal dilema: o professor, cioso de seu papel de educador, não avança, nem a garota, num ato impensado de audácia, o encoraja. Permanece então o impasse, o verdadeiro assunto do relato: ela, acima dele socialmente, o rosto escondido pela contenção, e ele anulado por sua condição docente, representada aqui pelo recurso gráfico de uma tarja amarela, que ao mesmo tempo o apaga, reprime e aprisiona. Uma capa à altura da excelência de um romance que comprovou, em 1945, o valor literário de Cyro dos Anjos, que, já na estreia, deixava sua obra-prima: O amanuense Belmiro. Para muitos, em vários aspectos, Abdias lhe-é superior.

3 comentários:

Anônimo disse...

Linda capa, linda sinopse. Invejo quem neste momento tirará proveito(rs). Aquele abraço.

aeronauta disse...

Capa belíssima!

Lidi disse...

E que grande presente eu ganhei. Obrigada. Capa belíssima mesmo. Abraço.