"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O GRANDE CORRETOR

No inquietante Irreversível, de Gabriel Noé, há uma frase que diz: “O tempo destrói tudo”. Não, o tempo corrige tudo. É o grande corretor. Décadas atrás Alfred Hitchcock não passava de um diretor renomado que conseguia agradar tanto ao público comum quanto à crítica mais exigente, liderada pelos cineastas franceses Truffaut e Godard; e assim mesmo não em todos os filmes: em alguns ele fracassou duplamente, embora sem abrir mão da individualidade, de sua maneira metódica e atraente de fazer cinema. Passado, porém, o furor das imposições de época, diários populares como o Jornal dos Sports estampam: “Hoje, 13 de agosto, em 1899, nascia o cineasta Alfred Hitchcock”. Cineasta! Ora, nos EUA cineasta era Orson Welles, e só. Portanto, houve uma significativa evolução, e inteiramente em razão do tempo, que fez de Hitchcock um cineasta clássico e de seus detratores poeira sideral. É, já dizia John Christopher, em 1956, no seu apocalíptico Death of grass: “Um homem sobe com o tempo”. Um homem de gênio, eu diria.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se o tempo corrige tudo, foi deveras justo com o velho Hitch. Mas não deixa de ser uma coisa desgraçada esse bagulho chamado tempo. Aquele abraço. T

Lidi disse...

Admiro muito o cineasta Alfred Hitchcock. Thiago até me deu de presente o filme "O homem que sabia demais" de tanto que comento com ele sobre as obras-primas do velho Hitch. "O homem errado" ainda não assisti, mas sendo um filme dirigido pelo Hitchcock e uma indicação mayraniana, tenho certeza de que irei adorar. Abraço.