"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 21 de março de 2012

A BONNIE E "AS BONNIES"

Amigos, depois digam que a vida não imita a arte. Embora inspirado numa história real, do casal de assaltantes norte-americanos dos anos 30, Bonnie e Clyde, o conto de Mayrant Gallo A Bonnie dos Barris, que integra a coletânea As baianas, acaba de se revelar premonitório. Não é que a polícia de São Paulo acaba de desarticular uma gangue formada por loiras nada inocentes que se autodenominavam de "Bonnies", comandadas por um sujeito apelidado de Clyde?

Uma das loiras guarda incrível semelhança com a trajetória da personagem despirocada de A Bonnie dos Barris, que saí do Rio de Janeiro para delinquir em Salvador. Carina Geremias Vendramini, de 25 anos, tinha uma vida dupla, de mãe de família, zelosa e recatada, e bandida, na clandestinidade. Alegando ao marido que ia visitar a família, costumava viajar de Curitiba a São Paulo, para cometer sequestros relâmpagos, junto com outras cinco “Bonnies”. Deixava uma vida de conforto para se aventurar no crime, em busca de muita, mas muita, adrenalina! Carine foi presa na presença do marido, que, coitado!, ainda não acredita na história. Deveria perguntar a Clyde, o chefe das Bonnies.

Quanto a uma putinha na Vitória, uma santinha na Ribeira, uma noivinha no Cabula, uma piriguete em Ondina e uma guerreira na Lapinha, estas não são lá tão difíceis de encontrar!

Aposto que As baianas chegou a Curitiba e que o conto de Mayrant emulou a “gangue das Bonnies”

ELIESER CESAR, autor de A guerreira da Lapinha.

3 comentários:

Bípede Falante disse...

Fabuloso!!
Fiquei curiosa com essa veia de bruxo desse mestre das palavras.
Beijosss

Anônimo disse...

De fato, de fato, Elieser! Essas curitibanas leram As baianas de fevereiro pra cá. Senão, é certo que o farão. Livro de cabeceira em alguma penitenciária do Brasil, a partir de agora.
Abraços!
rosel

Evanilton Gonçalves disse...

Com certeza, Elieser. O conto de Mayrant -assim como os outros-, é fantástico. Fui ao lançamento e pude apertar a mão de vocês, grandes mestres da literatura contemporânea. Quando vi a reportagem lembrei imediatamente do conto. Gostei de todos os contos, parabéns a todos os escritores que participaram dessa bela obra. ;-) Evanilton Gonçalves -(www.aeralivre.blogspot.com)