Se o livro é ótimo, mas a capa é feia, não há nenhum problema. Contudo, se o livro é ótimo e a capa é bonita, uma obra de arte, então temos dois motivos para celebrá-lo. Provavelmente, as pessoas conhecem Tubarão, de Peter Benchley, mais pelo filme, que, no entanto, apenas reproduz do livro a sua trama de horror; tudo o mais é descartado, especialmente a crise existencial e conjugal por que passa o chefe de polícia, e a descrição precisa do contexto socioeconômico e cultural que o anima, o lugar e a gente que se transforma em comida de tubarão. Além disso, Tubarão é um ótimo romance policial, do gênero serial killer. E com dois aspectos de exceção, que fazem dele um exemplar único: o assassino não é um homem, mas um animal, e a ação desloca-se da investigação do crime para a caçada deliberada ao assassino. Neste sentido, é uma citação direta ao extraordinário Mobydick, de Melville, sem a pretensão de se converter num ícone da literatura universal. A capa desta edição da Record consegue a proeza de ser ao mesmo tempo literal e impactante. Põe metonimicamente toda a praia na boca e no estômago da fera, que ganha prestígio de monstro lendário, diabólico.
"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry
domingo, 25 de julho de 2010
LINDAS CAPAS, 1
Se o livro é ótimo, mas a capa é feia, não há nenhum problema. Contudo, se o livro é ótimo e a capa é bonita, uma obra de arte, então temos dois motivos para celebrá-lo. Provavelmente, as pessoas conhecem Tubarão, de Peter Benchley, mais pelo filme, que, no entanto, apenas reproduz do livro a sua trama de horror; tudo o mais é descartado, especialmente a crise existencial e conjugal por que passa o chefe de polícia, e a descrição precisa do contexto socioeconômico e cultural que o anima, o lugar e a gente que se transforma em comida de tubarão. Além disso, Tubarão é um ótimo romance policial, do gênero serial killer. E com dois aspectos de exceção, que fazem dele um exemplar único: o assassino não é um homem, mas um animal, e a ação desloca-se da investigação do crime para a caçada deliberada ao assassino. Neste sentido, é uma citação direta ao extraordinário Mobydick, de Melville, sem a pretensão de se converter num ícone da literatura universal. A capa desta edição da Record consegue a proeza de ser ao mesmo tempo literal e impactante. Põe metonimicamente toda a praia na boca e no estômago da fera, que ganha prestígio de monstro lendário, diabólico.
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5 comentários:
Revi o filme dias atrás, por conta do aniversário de 35 anos. Também cumpre generosamente os aspectos de exceção mencionados. O tubarão de Spielberg adentra no terreno dos mitos mais diabólicos a povoarem nosso imaginário. Claro, Benchley foi além, e nos legou um romance ímpar. Aquele abraço.
Esse filme...
marcou a minha vida...
na época morria de medo...
não entendia nada de efeitos especiais...e acreditava no tal tubarão...
Hoje...depois de rever essa pérola...dei tanta risada...
e respeito...ainda mais o poder de criação...
Beijos
Leca
Caro amigo, hoje é dia do escritor, seu aniversário. Parabéns, mesmo que seja esquivo a esse tipo de comemorações. Que dezenas de outros sejam vividos e bem vividos. Pela literatura, pela amizade, muitos abraços.(carlos barbosa)
Olá Mayrant,
passei apenas para dizer que meus contatos mudaram (e perdi seu e-mail!). Quando tiver um minuto vago, me escreva!
fabriciodvieira@gmail.com
abraço, Fabricio
Mayrant,
Por falar em capas lindas, veja esta do livro do Cony, Quase Memória, ed. Alfaguara:
http://www.livrariaresposta.com.br/fotos/alfaguara_quase_memoria.jpg
Adoro capas de livros tanto quanto o conteúdo. O desta obra também é muito bom.
W.G.
omuroeoutraspgs.
blogspot.com
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