Neste momento, no Rio de Janeiro, há uma bala perdida...
Não pior do que em Virgínia, nos Estados Unidos.
Quando a Dália Negra foi achada sereia num terreno baldio
Não foi a primeira nem a última.
Outras rodam e rondam como mariposas
Até que a luz de uma lâmina as remova.
E somente serão lembradas se forem bonitas
Ou se, sempre de preto, motivarem apelidos: Dália Negra...
Vinte e dois anos, 1,60 de altura, cabelos pretos
E todo um mundo surpreso com seu tronco partido ao meio.
O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo.
– Minha vida por uma Dália Negra inteira
Por uma Dália Negra garçonete que ia e vinha
E que buscava em cada cara sua primeira carícia...
De Os prazeres e os crimes. Foto: cena do filme Dália Negra, baseado no romance de James Ellroy, e que recria o trágico destino de Elizabeth Short (1924-1947), a Dália Negra.
3 comentários:
Estou honrado! Guardarei o comentário como um discípulo que enraiza o sorriso contido e satisfeito de um mestre admirável!
Agora, q passagem é essa? Sensacional:
"O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo"
Muito bom.
Como sempre.
Mayrant, entrei numa confraria com um desafio. Postei meu primeiro livro de 2009 no meu blog.
O livro é teu.
Espero que não te importes e que não te desagrade o que escrevi.
Grande abraço
Marie
Como Mirdad, já enraizara tempos atrás esse sorriso contido. Poderia morrer até amanhã. No mais, versos cortantes. Bela ode. A Dália, livro e filme, seguramente serão requisitados. Aquele abraço.
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