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"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry
domingo, 12 de setembro de 2010
A SEGUNDA SOMBRA
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sábado, 11 de setembro de 2010
ROMANCE DE PÓLVORA
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
VÁ E VEJA, 9: RASTROS DE ÓDIO
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domingo, 5 de setembro de 2010
LINDAS CAPAS, 2
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
VÁ E VEJA, 8: RITOS DE PASSAGEM
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Se o tom do primeiro é de rebeldia e tédio, o do segundo é de indecisão e humor, e o do terceiro, de violência e desorientação. Nos três, porém, os jovens estão transitando: já não são mais crianças, mas ainda não são adultos. Falta algo, talvez segurança, certeza ou simplesmente a capacidade de conciliar a diferença individual com o padrão coletivo. No filme de Ray a fuga da existência vazia e sem horizontes se dá através das noites de farra e pegas automobilísticos, até que um dos participantes morre, e o sonho muda de rumo, para convergir noutra morte, ainda mais estúpida, porque cunhada no erro. No início do filme, num ato de rebeldia da rebeldia o personagem de James Dean bebe leite, numa cena que se tornou célebre e que, em geral, o público não compreendeu. O desfecho, preparado com rigor ao longo da narrativa, parece afirmar que crescer, tornar-se adulto, é o correlato de acordar para a própria vida.
No filme de Lucas, o dilema existencial se resolve numa única noite em que os personagens transitam insones pelas ruas de uma pequena cidade interiorana. Mais uma vez, o pega de automóveis é o emblema de uma transmutação, mas, embora haja ainda um acidente, ninguém morre: o desastre, citação clara ao filme de Ray, serve como um baque, que desperta os personagens do sonho acordado de uma noite inteira, mas sem feri-los gravemente: a vida é outra coisa, e sérias decisões precisam ser tomadas, só isso.
No filme de Coppola, num preto e branco comovente, que a música quase abstrata intensifica ao máximo, tornando-o onírico, os personagens vivem à sombra do Motoqueiro, espécie de herói da juventude da cidade. Forte, bom de briga, inteligente, sensível, capaz de se dar bem em tudo, ele só não é exitoso consigo mesmo: vive em crise e despreza a influência que exerce sobre os mais jovens. Enquanto todos querem imitá-lo, especialmente seu irmão, ser quem ele é, o Motoqueiro, de sua parte, quer ser outra pessoa. Não há mais pegas, nem acidentes de automóveis: o emblema de mudança é mais sutil e poético e, não sem ironia, conduz a um final ambíguo, entre a dor e a redenção. O Motoqueiro reina e reinará sempre, apesar de tudo. Antes pelo seu heroísmo, pelos seus atos, agora pelo que fizeram com ele, lição que seu irmão Rusty James absorve e com a qual, finalmente, cresce.
Três belos filmes sobre a juventude, três eficientes ritos de passagem, três olhares sobre uma época que ninguém esquece e que, perdida, jamais será recuperada, a não ser pela memória, que é o que resta, até que chegue a morte.
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