Foto: IG. |
Do Ceará, veio, horas depois, a primeira "zebra" da Copa: Costa Rica 3x1 no Uruguai. Um mês antes da Copa comentei com um amigo que tanto Uruguai quanto Espanha eram times envelhecidos e marcáveis. O primeiro continua sem um meio de campo técnico e, agora, mais do que nunca dependente de um jogador que já não é mais o mesmo: Forlán. O segundo, a Espanha, viu seu jogo que há quatro anos era uma novidade ser desmontado pelos adversários e, a meu ver, não deverá, depois dessa derrota para a Holanda, esboçar uma reação muito consistente, a não ser que o Chile se acovarde. Portanto, a vitória da Costa Rica não chegou a ser uma surpresa, e quem viu o jogo desde o início sabia que estava por presenciar uma derrota do Uruguai, que jogava como um time sem inspiração, aferrado apenas aos nomes dos seus jogadores. Bastou a Costa Rica se dar mais confiança e colocar a bola no chão, para mostrar que é, com larga folga, o país da CONCACAF em que o futebol mais evoluiu. Em mundiais anteriores, a Costa Rica já havia demonstrado certo avanço, embora continuasse incapaz de se agigantar diante de adversários mais tradicionais. O que se espera agora é que ela não se superestime. Se isso não acontecer, fatalmente a Costa Rica estará na próxima fase, provavelmente ao lado da Itália, e, com alguma sorte, talvez até em primeiro lugar do grupo. Sempre cabe sonhar.
No calor de Manaus, o jogo da Itália contra a Inglaterra tinha tudo para ser um espetáculo, e foi. Como se não bastasse a rivalidade entre os dois países, com cinco títulos nas costas, havia o fato de que a Costa Rica saíra vencedora do jogo anterior, e ambas as seleções, perdendo ou ganhando, tinham recebido o bônus de uma batalha a mais, pois o Davi do grupo ganhara corpo, ao bater a Celeste. Entraram então em campo com a missão de ganhar a qualquer custo para limpar a trilha futura de seus supostos percalços. Se era um jogo do "grupo da morte", tornou-se, de uma hora para outra, um jogo fatal. Mais organizada e técnica, na cadência de Pirlo, que ditava o ritmo e o toque de bola, sem pensar em ser o protagonista de nada (Ah, os Neymares deste Mundial!), a Itália tomou as rédeas do jogo, abriu o placar, levou o empate e, na volta do intervalo, assumiu de vez a vitória. E daí por diante se predispôs a marcar e se defender com eficiência. Sobra fleuma à Itália, que age e reage quase estoicamente, ao longo do jogo, como se não pudesse ser de outra forma. Nas vitórias, veremos isso como um mérito indiscutível, caso de ontem, mas, nas derrotas, haveremos de dizer que a Itália foi pachorrenta demais e por isso fracassou. Em suma, um ótimo jogo em Manaus, com três belos gols, disputado com lealdade, sem exageros, nem faltas duras, e gentilezas de lado a lado. Mais civilizado, impossível. Agora, a Inglaterra segue para o que talvez seja a sua última batalha, contra o Uruguai. E a Itália, que não veio ao Brasil à toa, mede forças com a Costa Rica. Creio que dois campeões voltam mais cedo para casa.
No jogo que fechou a noite, no Recife, o inesperado prevaleceu. Ninguém esperava que, àquela altura do primeiro tempo, o Japão fizesse um gol. Pois fez. E ninguém esperava que, àquela altura do segundo tempo, a Costa do Marfim empatasse. Pois empatou e virou. Num grupo encabeçado pela Colômbia e que ainda tem uma Grécia que é só força física e vontade, muitas vezes o suficiente para se chegar às vitórias, tudo pode acontecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário