A prova (UOL). |
Nos jogos de hoje, que fecharam a primeira fase da Copa e definiram os últimos confrontos das oitavas de final, nenhuma surpresa. Burocrática, a Alemanha venceu, pelo grupo G, os EUA por 1x0, no Recife, enquanto Portugal batia Gana, a mais confusa das seleções africanas, por 2x1, em Brasília. Müller chegou ao seu quarto gol e o exibido Cristiano Ronaldo se despediu do Mundial com um gol de araque, praticamente ofertado pelo goleiro ganês. Alemanha e EUA classificados para pegar, respectivamente, a Argélia (1x1 com a Rússia, em Curitiba) e a Bélgica(1x0 na Coreia do Sul, em São Paulo), as classificadas do grupo H.
O jogo mais emocionante do dia foi, sem dúvida, o empate heroico que garantiu a Argélia, pela primeira vez, nas oitavas de final. Em 1982, e sempre me lembro deste jogo, a Argélia estreou na Copa da Espanha com uma vitória sobre a Alemanha Ocidental. O gol decisivo do milagre foi marcado por Belloumi e garantiu, até aqui, a única vitória de um time africano sobre uma grande seleção mundial. Um feito, portanto, que jamais se repetiu e que, talvez, tenha chegado muito cedo, se examinarmos o histórico da Argélia em Copas do Mundo e também das outras seleções do continente, que em geral não vão muito longe. Ironicamente, e digo que não é coincidência, quando a Argélia consegue passar da primeira fase numa Copa, vai enfrentar a Alemanha... Os deuses, quaisquer que sejam, estão nos reservando algum novo drama, repleto de páthos.
A Argélia pode ter êxito, se jogar com a vontade e a disciplina tática dos três jogos da primeira fase. E sobretudo se tiver consciência de suas limitações e respeitar a Alemanha. O mesmo se aplica a Grécia, Suíça, México, EUA, Nigéria, Uruguai e Chile, os azarões das Oitavas. O certo é que uns dois ou três destes vão surpreender os tais favoritos e avançar, ainda que seja através dos pênaltis. Só não sei quais, pois não sou vidente.
Este dia também foi muito importante para a Copa do Mundo, porque puniu-se um embusteiro: Vampirito Suárez. Quando ontem ouvi que a representante da FIFA afirmou que o veredito seria rápido, me convenci de que a punição já estava definida e era grave. Pois foi. E que assim seja, sempre. Nunca é tarde para se começar uma nova era. Digo isto porque um amigo me disse que outros jogadores, em outras Copas, não tinham sido punidos por infrações "equivalentes", e que por isso não se deveria punir o criançola uruguaio. Ora, não é porque algo nunca aconteceu que não deve acontecer, sempre há uma primeira vez para tudo.
E vou mais além: por mim ele não jogava futebol nunca mais, afinal foram três mordidas ao longo de sua curta carreira. Seu esporte é outro. E é altamente perigoso ficar perto dele. Goza de muita coragem aquela ou aquele que dorme com ele.
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