
Selecionei dez “sortes” que, a meu ver, antes de nos revelar uma ventura qualquer, segredam-nos os passos, espirituais, para um auto-aprendizado e um autocontrole. O último, eu o tirei hoje, e foi o que me motivou a montar o decálogo abaixo, pois me pareceu mais do que apropriado para fechar o ano, neste 31 de dezembro. Coincidência? Talvez. Mas há quem assevere que não há acaso nem coincidência: que tudo já está previamente arranjado, e que o que não se fez é porque não se faria, e o que foi feito era porque já estava feito...
1) Não basta querer, é preciso também saber como fazer.
2) Alimentos e forragem devem preceder tropas e cavalos.
3) O progresso calmo e constante, livre de precipitação, conduz ao objetivo.
4) Nenhum tecido é feito de um único fio.
5) Até as torres mais altas começaram do chão.
6) Não levante uma rocha para depois derrubá-la em seu próprio pé.
7) A persistência realiza o impossível.
8) Não propague aos quatro ventos suas habilidades individuais, mantenha-se discreto em seu progresso.
9) A beleza das coisas existe na mente de quem as contempla.
10) A alegria está na luta e no esforço e sofrimento decorrentes; não na vitória em si.
Se é certo que saciei o estômago – e o saciei –, não é menos certo que alguma coisa extraí desta pedagogia da sorte. Pelo menos que não devemos dar crédito a qualquer meia-dúzia de palavras convenientemente combinadas...
Imagem: gravura do pintor japonês Hiroshige.