Quando coloco um disco de Elvis Presley para tocar, minha mãe geralmente diz, com enfado: “O homem já morreu...” O mesmo se dá com Elis Regina ou com um filme de Marilyn Monroe. O artista que morreu deve ser esquecido, sepultado com tudo o que fez e criou – parece que esta é a lógica. E não somente de minha mãe, com suas sete décadas de vida e sacrifício. É o que pensa muita gente, e bem mais jovem. It’s new or nothing.
3 comentários:
This is the end, my friend. Aquele abraço. T
Vivo a ler as obras completas de Machado de Assis, meu escritor de cabeceira. Votei na sua enquete em 'Quincas Borba', apesar de considerar todos os outros realistas obras fundamentais. Mas tenho especial predileção pelos tormentos de Rubião Braz em torno da bela Sofia (a melhor personagem de Machado, desculpem-me aqueles que preferem Capitu, que também, diga-se assim de passagem, é maravilhosa). A descrição da inadequação do 'nouveau riche' Rubião na Corte é um dos pontos altos da história da literatura desde o seu surgimento. Destaco aquele momento em particular dentro da carruagem no qual Rubião tenta seduzir desajeitadamente a Sofia. Mas é difícil se escolher o melhor realista machadiano, a julgar pela excelência dos demais. 'Memorial de Aires' é o coroamento de um estilo, de uma maturidade, de um escritor em pleno domínio de sua arte já no crepúsculo da existência. Machado de Assis é minha terapia.
...aqui e agora. Abr. (carlos)
Postar um comentário