A caminho da Barra, na altura da Graça, foi abordado por um menino, que lhe perguntou as horas. Mas Victor Vhil, distraído, pensou que o menino lhe pedia dinheiro e respondeu que não tinha, no momento, nenhum trocado.
A mãe, que acompanhava o filho à distância, se aborreceu e resmungou uma ofensa qualquer, à qual Victor Vhil retrucou assim:
“Vá à merda!”
Pouco depois e já quase na Barra, ele foi abordado por uma mulher – negra – com uma criança no colo. Queria dinheiro.
“Não tenho”, ele disse, sem paciência.
“Obrigado. E vá com Deus!”, retrucou a mulher.
“Prefiro ir à merda.”
Miniconto incluso em Nem mesmo os passarinhos tristes, inédito.
Foto: Farol de Barra, Salvador, BA.
5 comentários:
Da merda tatuada. Uma reverência (despida de qualquer merda messiânica)a Victor. Aquele abraço.
Definitivamente gosto dele.
Marie
Prefiro e a Deus, mas não por agora...quero mais alguns dias aqui com ele em terra firme!
Muito bom o contito!
E estamos todos diante de certo espelho, quando lemos as peripércias de Victor!!!
Concordo plenamente com o camarada acima.
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