Minha primeira manifestação artística foi o desenho. Talvez por isso meu olhar, como diria Marques Rebelo, seja mais cinemático, e eu goste tanto de cinema, a ponto de fechar um livro, por mais que o esteja apreciando, para assistir a um bom filme. Não sei, porém, o que isso implica, nem me importo de saber. Esta existência não valeria a pena se não houvesse liberdade, mesmo a mais simples, quase instintiva, de satisfazer a um ou outro desejo. Mas a verdade mesmo é que me tornei escritor por acidente... Talvez o fato de sempre existir muitos livros em minha casa tenha sido decisivo. E meu pai estava todo o tempo lendo, inconscientemente me instigando. Pulei então dos quadrinhos e caí em Lolita.
Ilustração: mais uma provocativa capa de Lolita, Companhia das Letras, 1994.
4 comentários:
Mayrant, parabéns, legal o blog.
Lolita me incomoda, agora. Nesses tempos. Tô num redemoinho parecido... "Luís da Silva" também aparece em meus sonhos...
Não adianta. A gente não quer. A gente evita, mas acaba na alma e na lama de Lolita.
Singela formação. Ambas as artes comungam harmoniosamente dentro de ti. Sorte para nós, leitores e cinéfilos, que somos agraciados com o melhor de dois mundos. Aquele abraço. T
É, que posso dizer. Entendo tranquilamente o que dizes.
Amo ler. Sempre amei. Meus pais liam. E eu, desde os dois anos queria entender aquelas formiguinhas. Quando aos 4 consegui aprender por força da minha teimosia e insistência em perturbar a todos perguntando letras e sílabas, nunca mais consegui parar... Filmes são talvez, meu lado voyer... como você disse no post de cima, o cinema mostra, nos faz ver o que a literatura sugere e nos faz imaginar. No cinema, vejo a imaginação do outro. Muito boa a sua forma rápida, agil e precisa de escrever.
Um abraço
Marie
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