A festa belga (IG). |
As seleções de nível técnico mais baixo, diante das seleções mais qualificadas, resistem de igual para igual somente um tempo, pois compensam o desnível técnico com o condicionamento físico, a marcação intensa e a vontade de se superar. Mas, tão logo o segundo tempo avança, e o cansaço chega, começam a ceder terreno em face da técnica mais apurada do adversário, que, tocando a bola e improvisando, mais cedo ou mais tarde chegará ao gol. Foi assim com a França, a Alemanha e a Holanda, em seus jogos contra Nigéria, Argélia e México.
Nos dois jogos de hoje este aspecto mais uma vez prevaleceu. Em São Paulo, a Argentina, que parecia jogar em casa, tantos eram os hermanos no estádio, só conseguiu marcar seu gol quando a marcação da Suíça já carecia de energia para se manter naquela intensidade do início. Observem que o chute de Di Maria é quase em câmera lenta, sem que marcadores nem o goleiro o alcancem. O placar de 1x0 foi construído mais pelo desmanche da Suíça do que pelos méritos da Argentina, que demonstrou ser uma seleção que empaca, como a brasileira, quando se vê diante de uma marcação mais agressiva. E, assim, passa a depender cada vez mais de Messi.
O jogo da Bélgica, em Salvador, não foi muito diferente. A superioridade técnica dos belgas só se estabeleceu no segundo tempo e especialmente na prorrogação, quando os EUA, de tanto se esforçar por se equiparar ao adversário, começou a dar sinal de fadiga. Então o técnico belga botou o time ainda mais para a frente, reforçou o ataque e logo vencia de 2x0. Só não contava com a garra de um país que não desiste nunca, pois não é da natureza do povo norte-americano ser inferior a ninguém. Ao obter seu gol no início do segundo tempo da prorrogação, os pupilos do Tio Sam incendiaram o jogo e por duas ou três vezes estiveram por empatá-lo, circunstância que fez deste jogo um dos melhores da Copa e talvez o mais disputado das Oitavas.
Nas Oitavas ficou bem evidente por que nesta Copa os grandes são grandes. Colômbia, Holanda, França e Bélgica parecem mais técnicas. Alemanha e Brasil jogam com sua tradição em erguer taças. A Argentina é uma incógnita que depende da inspiração de Messi, que vem fazendo a diferença. E a Costa Rica, bem, é o patinho feio que pode se fazer cisne.
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