"Existe um momento nas separações em que a pessoa amada já não está conosco." Esta verdade inquestionável é de Gustave Flaubert. E pode ser comprovada no belo filme A separação, de Christian Vincent, baseado no romance homônimo, de Dan Franck, publicado no Brasil pela L&PM com um subtítulo terrível: "a história de uma separação contada do ponto de vista do homem". Os editores querem dizer com isso que a pessoa que sofre, neste caso, é o homem, como se os homens nunca sofressem com as separações... No filme, há uma seqüência chocante, de extrema solidão. A personagem de Isabelle Huppert está na cozinha com o marido, Daniel Auteuil, e de repente, com a maior calma do mundo, diz:
"– Não sei se te disse, mas amanhã à noite vou jantar fora.
– Vai jantar com quem?
Silêncio.
– Podia ter me dito – ele argumenta.
– Estou dizendo – ela retruca.
– Quero dizer: me avisado antes...
– O que isso teria mudado?"
Nada. A distância continuaria a mesma. E seria para o outro que ela iria se arrumar, se maquiar, não para ele. Dor.
"– Não sei se te disse, mas amanhã à noite vou jantar fora.
– Vai jantar com quem?
Silêncio.
– Podia ter me dito – ele argumenta.
– Estou dizendo – ela retruca.
– Quero dizer: me avisado antes...
– O que isso teria mudado?"
Nada. A distância continuaria a mesma. E seria para o outro que ela iria se arrumar, se maquiar, não para ele. Dor.
4 comentários:
Filme e livro marcantes. Inesquecíveis.
Parafraseando Orson Welles, nós nascemos sozinhos, nós morremos sozinhos. Amigos, o amor, são os instantes provisórios que precisamos e merecemos reinvindicar. Mas, e quando acaba? Filme terrível, mas estupendo. Não esquecerei nunca. Aquele abraço. T
Obrigada, Mayrant! E preciso ler o livro e assistir ao filme. Porque sei que suas dicas são sempre muito boas.
abr,
Renata
inesquecível e terrível.
beijo daqui, mayrant.
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