Versão original, manuscrita, do poema. |
Desde
que entrou agosto, eu pensava no que postar aqui, hoje, para comemorar os 82
anos de nascimento de minha mãe, falecida em 18 de novembro de 2011. Por dias,
fiquei a refletir e a tentar redigir, de memória, algum texto à altura de sua
"presença em ausência". Por fim, e não é por acaso que se afirma ser “sempre mais
escuro logo antes do amanhecer”, há dois dias despertei no meio da noite e comecei a rabiscar o seguinte poema, que, acredito, é uma homenagem mais
digna do que qualquer texto que, em total consciência, eu chegasse escrever em lembrança
de minha mãe.
NOTURNO DE OUTRAS VIDAS
Sempre
achei que morri no Titanic
Ou em
Hiroshima
Ou
Nagasaki.
Num
banho de ilusão em Treblinka
Ou num
terremoto no Cairo.
Mas hoje
― sei ― só morremos em duas ocasiões:
Na morte
mesma
Ou
quando nos vai nossa mãe.
6 comentários:
Belíssimo, Mayrant. Emocionada.
Um forte abraço.
Mayrant, um poema lindo, inesquecível, doloroso, como. Peço licença para postar no Facebook. Abraços.
Meu caro, um poema dos grandes. E agosto entrou logo depois do seu aniversário. E nós passamos batido. Deixo aqui abraços pelo aniversário, por sua amizade, por seu talento literário. A gente se vê. Inté, amigo. (carlos barbosa)
Obrigado, Lidi, Mônica e Carlos. Mônica, fique livre para reproduzir o poema no Facebook ou em qualquer outro meio. Abraço aos três!
Bonito, meu amigo! Um grande abraço pra ti!
Mayrant, já coloquei no Face e tem feito muito sucesso. Obrigada. Um abraço.
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