"Eu respirava naquelas salas, como um incenso, esse cheiro de velha biblioteca que vale todos os perfumes do mundo." Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

LEITURAS, 34: MARCELINO PEDREGULHO

Cosac Naify, 2009.
Neste livro, o francês Sempé ― para muitos um simples cartunista e para outros um gênio ― reúne seu desenho personalíssimo à capacidade de narrar com desenvoltura e nos conta a história de dois amigos, René, que espirra o tempo todo, sem motivo de doença, e Marcelino, que o tempo todo fica vermelho, também sem motivo algum. Com suas diferenças e suas idiossincrasias, eles enfrentam o mundo, crescem, se formam, ingressam no mercado adulto das responsabilidades, mas não deixam de ser o que são: um sujeito que espirra sem motivo, e outro que se ruboriza por nada. Ou seja, a vida em sociedade, apesar de tudo, não foi capaz de alterá-los. Aparentemente uma história para crianças, Marcelino Pedregulho (Marcellin Caillou, 1969) é, no entanto, uma alegoria da condição humana, um apólogo do inesperado na vida de todos nós e, claro, o que de melhor podemos fazer, se não conseguimos evita-lo.

Também publicado na Verbo 21.

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