"Sempre havia homens à procura de empregos na América, sempre essa oferta de corpos exploráveis. E eu queria ser um escritor. Quase todos eram escritores. Nem todos acreditavam que podiam ser dentistas ou mecânicos de automóvel, mas todos tinham a impressão de que podiam ser escritores. Daqueles cinquenta caras ali na sala, provavelmente quinze consideravam-se escritores. Quase todos usavam palavras e sabiam escrevê-las, isto é, quase todos podiam ser escritores. Mas a grande maioria dos homens, afortunadamente, não é composta de escritores, ou mesmo de taxistas, e alguns homens, muitos homens, infelizmente, não são nada." (CHARLES BUKOWSKI, Factótum. Porto Alegre: L&PM, 2007.)
5 comentários:
Lembrei de um trecho do seu conto "Varrer rua":
"Eu era apenas mais um entre muitos. E ser mais um, de qualquer modo, varrendo ou escrevendo, cantando ou carregando peso, é ser ninguém".
Um abraço.
Viva!!!
Que bom que o blog está em movimento :)
Beijoss
Pois é, Mayrant, vi hoje na tevê dois escritores fantasiados de cavalheiro medieval e de uma fada qualquer, na Bienal do Livro de SP, afirmando que "é preciso fazer alguma coisa para ser visto". Pois é, Bukowski, nem na bienal do livro... Lembrei, claro, de nossa conversa na quinta-feira, Mayrant. Abraços (carlos barbosa)8
O velho Buk e suas belas reflexões! Parabéns, Mayrant por esta publicação no blog. Factótum é um excelente livro!
Tenho lido (e muito) a prosa do velho Buk. Muito bom vê-lo por aqui. Aquele abraço. T
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