De volta à estante, o romance que inspirou um dos melhores filmes policiais de todos os tempos, Anatomia de um crime (1959), de Otto Preminger, com James Stewart, Lee Remick e Ben Gazzara, em início de carreira. O filme foi indicado a sete categorias do Oscar, inclusive a de melhor filme.
O livro homônimo estava esgotado no Brasil há várias décadas, era uma raridade editorial só encontrada nos sebos e a preços pouco convidativos. A José Olympio Editora acaba de lançar uma nova edição, com tradução da escritora Sônia Coutinho. Escrito por um ex-promotor, Robert Traver, e baseado numa história real, Anatomia de um crime se passa numa cidadezinha do Meio-Oeste americano, onde o advogado Paul Biegler, com a carreira comprometida, tem a oportunidade de se reabilitar perante a sua categoria profissional, defendendo o tenente Frederick Manion, acusado de assassinar o homem que supostamente teria estuprado sua esposa. Mas o caso não é assim tão simples. Houve realmente estupro? O que houve, na verdade? E qual é o grau de envolvimento da mulher com o homem que foi morto?
Se Alfred Hitchcock afirmava que livros ruins davam bons filmes, o inverso também é verdade. Mas o caso aqui é de um ótimo livro que originou um ótimo filme. Em tempos de romances de qualidade duvidosa, e pretensiosos filmes policiais que, ao fim, não passam de um saco de tiros, sopapos, correria, perseguição de carros e explosões pirotécnicas, leia e depois veja Anatomia de um crime. A perenidade de ambos não é por acaso.
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