Na chegada, o pé de jasmim dava boas-vindas.
O cheiro declarava:
“É tempo de ser feliz”.
Antes de dormir, conversas e risos com cheiro de maresia,
Bolo de aipim com café.
Tia Belmira revistava o quarto,
E já se pensava no outro dia...
O jasmim é memória viva.
Lembro e relembro.
O cheiro aguçava, e era tudo brincadeira...
Lembro e relembro.
O cheiro aguçava, e era tudo brincadeira...
CARMEN AZEVEDO. Funcionária do Estado, trabalha há quase 30 anos no âmbito da Cultura, tendo colaborado com a redação do livro Memória da cultura: 30 anos da Fundação Cultural do Estado da Bahia (2004).
Quadro: José Pancetti (1902-1958).
4 comentários:
Tudo ali, o aipim, o quarto, a memória, o cheiro de jasmim. Vale a pena beber desse pé. Aquele abraço.
Muito bom, viajei com o poema para o mundo da poeta... da poesia, enfim.
Lendo Férias, observa-se que não são apenas as “madeleines” que ganharam papel importante como ponto de partida na criação de uma obra; se aquela era uma lembrança que produziria sete inesgotáveis volumes, aqui reminiscências de jasmins, de maresia e de bolo de aipim com café realizam uma saborosa e aromática poesia, resultando em uma composição gostosa de ler, deglutir.
Tão deliciosa que dá vontade de repetir!
Alimente com outras!
Adora tanto este quadro de Pancetti que me ocasionou um poema. Abraços.
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