Adeus luares de Maio.
Adeus tranças de Maria.
Nunca mais a inocência,
nunca mais a alegria,
nunca mais a grande música
no coração do menino.
Agora é o tambor da morte
rufando nos campos negros.
Agora são os pés violentos
ferindo a terra bendita.
A cantiga, onde ficou a cantiga?
No caderno de números,
o verso ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangíveis.
Adeus tudo que é de Deus.
DERAM UM FUZIL AO MENINO.
FIRMINO ROCHA (1910-1971). Poeta do Sul da Bahia. Vestido de terno preto e gravata, e sem jamais abrir mão da cachaça, era um assíduo das noites de Ilhéus e Itabuna, recitando seus versos com vozeirão rouco e, especialmente, o poema acima, que está gravado em placa de bronze, na sede da ONU, em Nova Iorque. Agradeço a Valdomiro Santana o conhecimento deste poema. Ilustração: Pixotes, de Arno.
5 comentários:
Que belo poema!Bonito de arrepiar!
Absolutamente genial. Aquele abraço.
Um canto de vida, nas cordas da guitarra da morte.Belo poema.Genial sin Hitch
Mayrant e caros frequentadores deste ilustre blog:
Se der, não deixem de ouvir a entrevista de extrema clareza de José Inácio Vieira de Melo no programa Podcast K7, do blog El Mirdad - Farpas e Psicodelia.
Vocês podem tanto ouvir quanto baixar à vontade. Basta clicar nos links.
Abs a todos e longa vida à obra do cavaleiro de fogo!!!
Link blog: www.elmirdad.blogspot.com
Link direto da entrevista: http://elmirdad.blogspot.com/2009/05/podcast-k7-05-jivm.html
É, fuzilaram a inocência, a alegria, os sonhos do menino! O que restará no homem? Um abraço.
Postar um comentário