sábado, 31 de janeiro de 2009

BALADA DA BLACK DAHLIA


Neste momento, no Rio de Janeiro, há uma bala perdida...
Não pior do que em Virgínia, nos Estados Unidos.
Quando a Dália Negra foi achada sereia num terreno baldio
Não foi a primeira nem a última.
Outras rodam e rondam como mariposas
Até que a luz de uma lâmina as remova.
E somente serão lembradas se forem bonitas
Ou se, sempre de preto, motivarem apelidos: Dália Negra...
Vinte e dois anos, 1,60 de altura, cabelos pretos
E todo um mundo surpreso com seu tronco partido ao meio.
O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo.
– Minha vida por uma Dália Negra inteira
Por uma Dália Negra garçonete que ia e vinha
E que buscava em cada cara sua primeira carícia...


De Os prazeres e os crimes. Foto: cena do filme Dália Negra, baseado no romance de James Ellroy, e que recria o trágico destino de Elizabeth Short (1924-1947), a Dália Negra.

3 comentários:

  1. Estou honrado! Guardarei o comentário como um discípulo que enraiza o sorriso contido e satisfeito de um mestre admirável!

    Agora, q passagem é essa? Sensacional:

    "O que ela fez e sofreu é pó nas estrelas e centelha para o desejo e o juízo"

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  2. Muito bom.
    Como sempre.
    Mayrant, entrei numa confraria com um desafio. Postei meu primeiro livro de 2009 no meu blog.
    O livro é teu.
    Espero que não te importes e que não te desagrade o que escrevi.
    Grande abraço
    Marie

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  3. Como Mirdad, já enraizara tempos atrás esse sorriso contido. Poderia morrer até amanhã. No mais, versos cortantes. Bela ode. A Dália, livro e filme, seguramente serão requisitados. Aquele abraço.

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