
O crime aconteceu ao anoitecer, na garagem de um imponente edifício da Graça. Nicolau e Ricardo acorreram imediatamente, mal a polícia recebeu o chamado. Pegaram o corpo ainda morno. Uma mulher, jovem, bonita, só com a peça superior do biquíni. Voltava da praia. Entre os seios, dois buracos vermelhos. O assassino avançara o carro contra o portão da garagem e fugira.
Ricardo ficou olhando a pele branca e macia. Depois parou um dos policiais que transitavam pela garagem e perguntou, sério:
“Sabe se houve estupro?”
“Parece que não”, respondeu o outro, sem hesitar.
“Que desperdício!”
“É...”
E os dois ficaram ali, com os olhos cravados na mulher, sonhando.
Continua amanhã. Seriado incluso no livro Nem mesmo os passarinhos tristes.
Imagem: cartaz americano do filme O homem que amava as mulheres (1977), de François Truffaut.
Ricardo(meu irmão) acabou de ler este texto e disse que é seu fã.
ResponderExcluir"E os dois ficaram ali, com os olhos cravados na mulher, sonhando". E nós também. Aquele abraço. T
ResponderExcluirBom ver os Bons detetives na ativa!!!Sendo eles e cada um de nós, leitores
ResponderExcluirPorra Mayrant, desenvolva sua veia noir, cara. Você é brilhante neste gênero.
ResponderExcluirPeço licença para me expressar: fodástico!
ResponderExcluirMayrant,
ResponderExcluirTexto sarcástico esse seu, não? Dou nota... 09. Só não dou 10 para não ficar mal-acostumado, mas gostei...
assinado,
E.T