terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O FLUXO

O sol está se pondo, mas também se colocando
Para uma nova manhã.
Está nascendo e morrendo, se dando e tirando.

Este é o sentido
O rolar do tempo e de tudo.
Mude isso
E não haverá nem mesmo o próximo segundo.

O fluxo. O contínuo e imutável fluxo.

Mesmo as surpresas não são o que parecem.
São somente tese. Que segue.

E não há antítese. Não.
Dizer não é ter dito sim.
Síntese.

Poema incluso em Os prazeres e os crimes, inédito.
Foto: Pacatatu.

5 comentários:

  1. Isso aqui dói muito:

    "E não há antítese. Não.
    Dizer não é ter dito sim.
    Síntese."

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  2. A dor é percorrida por todos os pólos, um fluxo atemporal de divergências. Nunca houve unidade. Nunca. Aquele abraço.

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  3. É um poema bem ginecológico, menstrual. O fluxo. O contínuo e imutável fluxo. Se interromper é vida nova (há fluxo nisso), ou é pausa.

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  4. As surpresas são apenas novidades para nós simples mortais, mas para a natureza, nada é novo, a natureza é maior que todos nós, por isso o fluxo segue enquanto ficamos aqui tentando mudar e entender, entender e mudar.

    Li o livro e deixei um comentário no meu blog, aparece lá.

    Beijo!

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